Por Desiree Salgado
Decima Terceira coluna sobre o mundo e seu contexto.

Coluna Feminismo. Editor responsável:
Por Desiree Salgado
Decima Terceira coluna sobre o mundo e seu contexto.

Por Desiree Salgado
Decima Segunda coluna sobre o mundo e seu contexto.

Por Desiree Salgado
Nona coluna sobre o mundo e seu contexto.

Por Desiree Salgado
Sexta coluna sobre o mundo e seu contexto.

Por Desiree Salgado
O mês de Março: o mês das mulheres, em que se é necessário ano após ano se lutar pelas mesmas coisas, em que, ao final dos 31 dias, os homens voltam a ocupar todos os espaços que são concedidos as mulheres, somente, neste mês. Março também foi marcado pelo aniversario de nossa cidade, Curitiba, e pelo lastimável marco do dia 31 de Março, o golpe de 64.

Por: Ana Flávia Bassetti

eu que trouxe todos os pecados ao mundo
tenho que amar incondicionalmente o intolerável
eu que trouxe todos os pecados ao mundo
devo ser naturalmente maternal
eu que trouxe todos os pecados ao mundo
devo me resignar. devo acatar.
recatada.
eu que trouxe todos os pecados ao mundo
não posso pecar.
minhas transgressões devem ser justificadas
minhas fraquezas devem ser “femininas”
minha dívida permanece inquebrantável.
pago com minhas mãos para te servir
com meus olhos para te admirar
sou ouvidos para te ouvir
e boca para te comer
calada.
minhas curvas servem ao teu gozo
minha sensibilidade ao teu choro engasgado.
e eu que trouxe todos os pecados ao mundo
você supõe
devo saber perdoar
Por: Ana Flávia Bassetti

agora quero me perder no feminino.
quero poder acender a ânima neles que sofrem
animados com o que vem de fora
os perdidos, os coitados, os sós.
desejo.
o feminino me chama há tempos
desde antes de mim mesma eu já vivia em partículas femininas de plantas e animais
de pele e amor
de gioia e gratidão.
eu venho através de todos os tempos para chegar em mim
através de todos os ciclos.
queria poder acender a ânima deles que sofrem
acariciar suas dores
resgatar seus poemas
dizer:
podem ser sentimento!
podem ser!
eu sou todas as mulheres
sou a carola com tesão
a puta frígida
a viúva negra que presencia de novo e de novo e de novo a sua incapacidade para o amor.
a tia maconheira
aquela velha carpideira
chorando um morto que não é seu.
eu sou a criança com fome
a avó sociopata
a idosa com o chicletes na esquina da vida.
sou maria imaculada
eu sou a freira no cio
eu sou uma bióloga marinha no deserto
que não consegue sentir o sol.
eu sou todas aquelas rejeições
todos os gozos
todos os peitos mamados e as abelhas rainhas
eu sou aquela cadela na rinha.
sou aquela deusa do paleolítico
com sua própria política
eu sou a fertilidade dos pomares
e a larva na fruta que anuncia outra vida que vem
eu sou a mãe infértil
a soltura da menina
estou desarmada.
eu sou o suor da atleta e a borboleta arrancada do seu porvir para adocicar o casamento
eu sou aquela velha guerreira com licença para chorar. e não venha me amordaçar.
eu sou a filha desgovernada
aquela moça mal amada
eu sou a réstia de luz que ilumina a boneca na prateleira.
sou a ferpa que corta
eu sou a última gota
o choro de madrugada
a beleza de uma toada à noite no sertão.
eu sou aquela menina estranha
a musa do poeta
sou pomba gira e loba da estepe.
eu sou aquela que dança em volta da fogueira
e também aquela que nela queima.
eu sou todas elas, as perdidas
eu sou a camisa passada à ferro quente que não alisa.
eu sou a vertigem do abismo
sou a virgem des-himetizada pelo selim da bicicleta.
sou tudo o que dói e grita
e tudo o que canta
sou o rubor no meio do salão de dança
mas sou também a mão que segura a lança.
eu sou este fluxo em mim
sem fim.
eu sou essas todas e todas elas me são
estou sã.
Por: Wilson Ramos

Um futebolista brasileiro encontra-se preso em Barcelona sob acusação de estupro de uma jovem de 23 anos no banheiro de uma boate. Trata-se de um homem profundamente cristão. A ponto de tatuar Jesus no próprio corpo. Ele seria um exemplo de excesso de cristianismo? Ele é bolsonarista. Seria um exemplo de fascismo cristão no Brasil?
Responder a essas perguntas não é fácil e traz um enorme risco de ferir susceptibilidades, pois a fé nos mitos, por definição, é irracional. Acabamos sempre voltando para a eterna discussão entre essência e excesso.
O problema não estaria na essência do capitalismo, dizem alguns, mas apenas no seu excesso, ou seja, no neoliberalismo ou no ultra-liberalismo, a forma mais intensa de capitalismo. Deram o golpe em 2016 para implantar o ultra-liberalismo sem limites de Guedes e Bolsonaro. E hoje vivenciamos as consequências deste capitalismo em sua forma mais intensa.
Outros, pelo contrário, sustentam que em ambos os casos a questão residiria na essência dessas duas maneiras de existir em sociedade, muito compatíveis entre si. O capitalismo seria essencialmente injusto, e não apenas o seu excesso seria perverso. Essa mesma modulação pela intensidade serviria também para a crítica de todas as religiões e de algumas igrejas cristãs de um modo bastante escancarado.
Dizem mais: essas duas maneiras de existir muito intensas (o ultra cristianismo e o ultra liberalismo) seriam complementares e reciprocamente constitutivas. Uma seria funcional para a outra.
Reformulando a questão: o problema estaria na essência destes dois mimetizados sistemas de valores que caracterizam a contemporaneidade ocidental? Ou a dimensão da nossa tragédia decorreria apenas da modulação na intensidade da fé em cada uma dessas crenças hegemônicas no Brasil bolsonarista?
O futuro que estamos construindo depende muito destas respostas.
Como trataremos coletivamente os excessos talvez seja até mais urgente e necessário do que discutirmos as essências desses dois sistemas de valores que caracterizam o fascismo bolsonarento. Mas em algum momento, até para que consigamos nos libertar desse obscurantismo medieval, teremos que ter a coragem de criticar as essências desses sistemas de opressão fundados na irracionalidade.
Por: Ana Flávia Bassetti
O despertador tocou, como sempre, às oito. Quarta-feira. Ontem, tinha prometido a mim mesma que no dia seguinte iria para a aula de funcional das nove. Estava tudo programado: despertador, me permitir uma soneca de cinco minutos, olhar para a Madá, dar bom dia, me aninhar um pouquinho com ela e, então, levantar, tomar uma proteína, levá-la para o xixi já com as roupas da academia que ficaram sobre a cama ontem porque foi dia de musculação e não suei muito, voltar, escrever pelo menos dois dos quatro textos que tenho que entregar até sexta, ao cair do sol sair com a Madá de novo, voltar, tomar duas taças de vinho e me permitir, agora sim, chorar enquanto repasso todos os motivos pelos quais eu devo ir embora da sua vida, criar coragem, te mandar uma mensagem para combinar de conversar e enfim resolver as coisas e poder começar meu luto com dia marcado para terminar. Voltar a viver sem você.
O despertador tocou e os cinco minutos de soneca permitidos se transformaram em três horas. O sono dissolve a dor pontiaguda que eu sinto quando penso no que tenho que fazer e torna-se dilacerante quando penso nos motivos pelos quais eu ainda procuro motivos para não fazê-lo. Agora acordei e ela voltou. A Madalena não está. É estranho, pois ela tem se tornado cada vez mais dorminhoca nas manhãs, quase nunca se levanta antes de mim. Agora lembro que, no despertar de algumas sonecas de cinco em cinco minutos que aconteceram por três horas, tinha quase que intuído uma agitação pela casa, sem forças para procurar saber o que acontecia. Levanto, o pijama de inverno e as meias estão no chão, como de praxe quando faz frio e eu preciso colocar pijamas em camadas para me esquentar no início da noite e ir arrancando suas partes durante a madrugada. Talvez os alívios em fases sejam melhores do que aqueles que vêm de uma vez. Mas as dores, também?
Em Curitiba faz muito frio desde sexta, desde que eu falei com você pela última vez. Parece que o clima fez questão de forjar o cenário ideal para eu chafurdar de modo teatral na minha dor. Coloco o roupão, abro as cortinas, sinto vergonha de estar levantando só agora. Vou para sala. Vou fazer um café e vai dar tudo certo, produzo até mais tarde e ainda dá tempo do vinho, ainda dá tempo de chorar. Olho para a Madalena no sofá. Ela me olha com aqueles olhinhos de quem fez uma coisa que não queria fazer, mas teve que fazer. Eu a entendo. Penso que é mais fácil para ela do que para mim fazer uma coisa que não quer fazer, mas precisa fazer. Olho para o tapete da sala. Um persa bem colorido, comprado em uma promoção porque tinha pequenos defeitos. Eu gosto dos defeitos dele, os defeitos doam um ar de originalidade para as coisas. Para as pessoas também, e eu acredito muito que é nos defeitos que acontece o encontro. Mas e quando os defeitos do outro puxam os nossos para fora? O tapete também tinha a função, quando comprei, de dar um ar meio cabaré à sala. Talvez ele nem faça mais sentido, por causa do que eu me permiti sonhar com você. Sou bem mais de um domingo de jardim, amigos e crianças do que do cabaré, hoje. Quero ser.
Entre as cores bem vivas do tapete, um cocô dividido em duas fases: uma porção grande de merda dura, normal, dessas que as mães se orgulham quando veem, imagino, não só porque sugerem um funcionamento saudável do intestino, mas porque dão bem menos trabalho para limpar; junto dela uma outra porção mais líquida, de cor amarelada, para nada como uma merda saudável. Imediatamente: “ela sabe que alguma coisa está acontecendo”. Foi você quem me disse que o intestino era mais coração que o próprio coração? Me dói pensar que a tenho negligenciado esses dias, tenho estado impaciente. Mas também, o clima desde sexta não tem ajudado.
Na primeira vez que você veio à minha casa foi um festival de diarreia da Madá como nunca tinha acontecido, e os cocôs de aspecto não saudável duraram por, pelo menos, um mês. Eu sempre soube que era emocional e você, a princípio, disse que era paranoia minha, mas depois concordou.
Ela sabe que alguma coisa está acontecendo. Os bichinhos sentem. Talvez ela só sinta insegurança por notar uma atmosfera diferente e temer por mudanças que a afetem. Ela já sofreu bastante. Será que ela lembra do sofrimento ou os cachorros esquecem das dores quando por fim amados, ou novamente amados? Será que eu já senti essa dor que estou sentindo e esqueci? Será que o corpo falho que, quando submetido a algum tipo de estresse, transforma a merda saudável em merda problemática e ruim de limpar é o mesmo que lindamente nos faz esquecer das dores mais profundas que sentimos um dia? E será que, então, o meu será capaz de me fazer esquecer essa dor horrível de ter que ir embora te amando? Bom, mesmo que ela não seja sensível assim eu sei que ela sabe que alguma coisa está acontecendo porque as lambidas no meu rosto nunca foram tão salgadas, de certo. Ou porque sente saudades tuas.
Você arrumou o meu fogão. Eu consigo consertar o teu dragão?
Tenho que me desapegar das lembranças, tenho uma reunião online importante, em menos de meia hora agora. Tudo bem, o banho vai ser sem lavar o cabelo já que não fui para a academia. Ligo o chuveiro e vejo a sua escova de dentes e o vibrador que mora entre os frascos de shampoo desde que você foi embora. Ele também me ajudou a decidir fazer o que tem que ser feito, mesmo que doa muito e apesar da tua presença no banheiro em forma de bilhetes espalhados pelos azulejos. “Uma casa, um quintal, nossa família, música, comida e carinho”. Dói uma dor que vem na garganta. Tenho que fazer passar. Me apego à visão de uma eu muito aflita sempre te esperando, na casa do bilhete no azulejo. Era verdade esse bilhete? Vou até o quarto de vestir para deixar a escova de dentes com as suas outras coisas que ainda estão aqui. Também quero separar a roupa antes de tomar banho já que está frio e eu tenho, nesses dias, tido dificuldade para me concentrar na linearidade das escolhas cotidianas. A gente faz uma coisa enquanto pensa na próxima coisa que tem que fazer e quando está fazendo essa coisa a gente pensa na próxima. Funcional. Funcional como eu tenho que ser agora.
Já é noite. Vou até o quarto de vestir para, enfim, colocar uma roupa quente e confortável e ficar pronta para tomar o vinho e permitir as lágrimas, agora livres dos sorrisos funcionais do dia. Vejo suas roupas em cima da cama, muito bem dobradas. Ao lado delas, as minhas: roupas limpas misturadas com roupas já usadas, todas elas largadas e amarrotadas. E através dessa metáfora meio cafona e muito triste percebo tudo o que eu vinha fazendo por você e, sobretudo, tudo o que tenho feito de mim. Aborto as novas lágrimas. Escrevo. É assim que me desnudo, é assim que me entendo, é assim que me curo. E agora, escrevendo esta exata linha, apesar da dor, sinto que estou aqui. Voltei a ser. Um pouco mais em mim, sinto a confiança que preciso para te ver, para resolver. E, se você se esquivar, tenho esta crônica para te mandar. Ainda que, talvez, você nunca vá ler.
Por: Ana Flávia Bassetti
![]()
No final do ano passado perdi, inesperadamente, dois clientes que pagavam mais da metade do meu salário. No mesmo dia, recebi uma compra feita pela internet: um maiô e uma blusa num total de R$489 que resultaria em, no máximo, vinte minutos de satisfação dos meus desejos. Olhei para aquilo e vi que era um absurdo. Além de não fazer parte da minha realidade, eu precisava de fato daquelas coisas? Foi quando estabeleci o seguinte propósito para o ano que chegava: não compraria nada de absolutamente supérfluo. Com um sorriso de satisfação de canto de boca, pensei: “o que esse algoritmo sacaninha vai me oferecer agora? Hein, hein, hein?”. Claro que eu não tenho interesses estritamente supérfluos, mas eles são os que mais rendem para a máquina, certo? Bom, desde então ele tentou várias coisas, mas sem muito foco. Me oferecia de seguro para cachorro até curso de psicanálise. Sim, eles estão nos escutando e metrificando o tempo todo, mas acho que a minha vida andava mesmo mais eclética e aleatória.
Foi quando, no começo de maio, me apaixonei. Perdidamente. Dessas coisas que, em pouquíssimo tempo, você tem certeza que é pra sempre porque você quer que seja. Você quer tanto que dê certo porque você quer tanto, que você quer logo que a pessoa venha com as merdas todas dela e quer ir com todas as suas e vamos resolver juntos e ser felizes para sempre! Há um mês me encontrava apaixonada. Feliz. Realizada. Satisfeita. Claro que nem tudo são flores, mas estava mais crente na vida do que nunca na vida e, consequentemente, menos consumista do que nunca.
Então, sabe o que o fucking algoritmo fez? Ele não me deixou esquecer em nenhum momento do que eu poderia perder. Como seria ruim se eu perdesse. E, claro, o que fazer para não perder. E ele nem precisava! Como boa ansiosa depressiva, eu sabia que, a qualquer momento, poderia cavar minha ruína sozinha (ou não, vai saber…). Mas acho que ele ajudou. Ah! Ajudou! Até comentei com meu namorado na época (engraçado usar “na época” para um mês atrás, Bauman explica?) sobre os conteúdos patrocinados que começaram a aparecer na minha timeline (ainda é timeline que fala?). Coisas como “faça ele sonhar todos os dias com você”, “como segurar um homem”, “descubra se ele te ama de verdade em 10 passos”, “10 posições para fazer na cama e esquentar as coisas”, “baixe agora o app e descubra se você está sendo traída”…dessas para pior…
E eu, mesmo que a carcaça diga muitas vezes o contrário, nunca fui lá muito segura. Alguém é?
E também, neste exato momento, estou na fase de procurar culpados. Peço que não me julgue.
Depois de um mês de êxtase e alegria, havíamos nos desencontrado e, exatamente no dia 04 de junho, como em muitas outras tantas vezes na minha vida, saí decidida a provar para o mundo que era melhor sozinha, sem sucesso. Não que eu não seja boa sozinha, mas quando tento provar saibam que a merda está feita. Saibam não, saiba de uma vez por todas você, Ana Flávia! Bom, fato é que levei um golpe emocional seguido de um golpe financeiro: caí naquele da troca de cartões de banco, sabe? Eu, muito inocente e pseudo alegre saindo da festa e ainda ouvindo na minha mente inquieta resquícios de “juro que não vai doer se um dia roubar o seu anel de brilhante, afinal de contas dei meu coração e você pôs na estante…. aí de mim que sou romântica”, fui comprar mais uma cerveja desnecessária de um ambulante e bum!, já era. Muito dinheiro pelo ralo. E mesmo depois de, enfim, ter uma parte recuperada (do dinheiro, não dá dignidade) e de conversas com amigos na tentativa de entendimento de que o dinheiro, como os homens, vem e vai e que esses casos têm a ver, de alguma forma, com a desigualdade social que nos assola, ainda me sinto uma merda.
Hoje, quase cicatrizada depois de uma semana me refastelando em lágrimas pelos golpes tomados, ouvindo música caipira para ter um pouquinho mais de fé no mundo e tentando sentir um cheiro de mato no bouquet do vinho barato (para quem?) do mercado, eis que o algoritmo vem me aterrorizar novamente. Calma, não me julgue tão cedo. Sim, uma semana é pouco, mas as coisas têm sido assim né? Tem um autor do qual eu gostava mas que agora vai na Fátima Bernardes e que eu não gosto mais por isso – porque tem esse meu lado escroto e pseudo intelectual que desmerece as coisas que, de alguma forma, se adaptam a este mundo escroto e funcional – que diz que a conta que a gente paga ao finalizar um relacionamento é de 10%. Nada a ver com a música sertaneja. Segundo ele, ao final de cada história a gente tem uma conta de 10% do tempo que ela durou para pagar em dor de cotovelo. Ou seja, se você ficou com alguém durante um mês, vai sofrer por três dias. Acho bom pensar assim. E estava aqui tentando me convencer disso, já que já se passaram sete dias. E nessa, tentando me convencer a seguir em frente, tenho ainda que lidar com o algoritmo me dizendo como trazer ele de volta em dez dias, como dar um chá de sumiço para ele correr atrás (tem e-book deste, inclusive), qual a mensagem exata que eu devo mandar para que ele se re-apaixone. Mas, ao que parece, este é só o começo. A coisa tá bem desenvolvida. Quando comecei a denunciar esses posts patrocinados como fraudulentos, começaram a aparecer coisas mais, poderia dizer, “elaboradas”, como por exemplo sobre como o chá de sumiço não funciona porque, afinal, “você quer que ele fique pelos motivos certos, certo?”. É quase como uma dialética sangrenta de venda que usa dessa nossa tão atual dificuldade de lidar com as frustrações da vida e da consequente busca por respostas prontas para coisas para as quais não há. O amor existe. Ele é bom. E ele, muitas vezes, dói. Não existem respostas fora. Não existem! Será que, nem no momento desta dor mais genuína, não podemos não comprar nada?
Uma voz de alento de uma cara amiga vinda pelo direct (ah! como amo paradoxos) diz que as pessoas só fazem com a gente o que permitimos. E eu, com um tanto de fé em mim e na humanidade, adiciono que os algoritmos também